Às Bengaladas
Pois é, eles já estão tão acostumados com essas coisas, que ninguém se lembrou de perguntar ao Sr. Ademirson Ariovaldo da Silva, assessor especial de Palocci:
-Quer dizer que V. Sa. fez milhares de telefonemas pessoais com dinheiro público?
Ah! Entendi, pequenas falcatruas pode.
Tente você fazer milhares de telefonemas pessoais em uma empresa privada para ver o que acontece.
E ele ainda teve o desplante de dizer aos parlamentares:
"Nunca misturei o público com o privado"
Una-se aos bons e serás um deles:
Li por aí que "Tropa de Dirceu inclui Sarney e ACM".
Desconfiei, no caso do ACM, mas como tudo é possível...
Aí me lembrei do apoio do ACM ao Lula, ao Ciro Gomes, ao regime militar.
Dirceu já foi salvo por gente melhor: Gabeira e Paulo de Tarso Venceslau.
Verticalização
A discussão sobre a verticalização está muito mal posta.
Vai ser difícil este Congresso, de cócoras, levantar-se e assumir uma posição humana.
Milhões de anos de evolução não resultaram, em Brasília, no homo sapiens.
Sigam o Conselho do Hublet
Yves Heblet, o que desferiu as bengaladas de indignação, bradou: "Fristão, Fristão, Fristão".
Após ficar detido por duas horas e meia, na saída disse que só tinha uma coisa a dizer:
"Leiam Dom Quixote".
Bom conselho a seguir, em uma época carente de quixotes.
Abaixo os links, para quem quiser ler, em eBookLibris:
Primeira Parte
Segunda Parte
Boa leitura!
Falando Sério
Apesar das bengaladas se prestarem a piadas, e as haverá, a coisa é séria.
No meu entender, equiparam-se às bofetadas desfechadas pelo torcedor corintiano ao juiz corrupto e à imolação do ecologista pantaneiro.
Confesso que eu mesmo quase (apenas quase) estive à beira de atos tresloucados, frente à impotência em conseguir que a Prefeitura Municipal de Ibiúna aplicasse a lei, ao não conseguir que uma escritura registrada em cartório prevalecesse contra
a farsa engendrada por certo advogado, indignação contra a ausência de um juiz em audiência, entre outras coisas.
Meus desabafos, contudo, foram apenas verbais.
Como, por exemplo, as pragas que agora substituem o que um dia foi o eBooksBrasil.com.
A falência do funcionamento das instituições, o desamparo legal, a corrupção e a leniência dos poderes constituídos são o caldo de cultura da selvageria.
Ou recuperamos a fé nas instituições, ou jogaremos no lixo séculos de processo civilizatório.
Mas as instituiçóes, para que alguém acredite nelas, precisam ser críveis, o que, infelizmente, não é o caso no Brasil de hoje. Exemplos não faltam.
A crise não é uma piada.
É muito séria: é moral, é institucional.